Solidão e solitude: Duas faces do estar só
- Andressa Carvalho
- 27 de jul.
- 2 min de leitura

Estar só nem sempre significa a mesma coisa. Enquanto a solidão costuma estar associada ao sofrimento e ao vazio, a solitude é muitas vezes vivida como um momento de paz e reconexão consigo mesmo. Ambas envolvem estar desacompanhado — mas a forma como isso é sentido muda completamente de uma experiência para outra.
Solidão
A solidão é uma sensação de desconexão emocional, mesmo que a pessoa esteja cercada de gente. É quando sentimos falta de vínculos significativos, de presença, de escuta e acolhimento. Pode ser silenciosa ou angustiante, passageira ou persistente. A solidão dói porque aponta para uma necessidade emocional não atendida: o desejo de pertencer, de compartilhar, de ser visto.
Solitude
Já a solitude é o estar só de forma intencional e prazerosa. É o momento em que a pessoa escolhe se afastar do barulho externo para mergulhar em si mesma. Na solitude, o silêncio não oprime — ele conforta. É um tempo de autorreflexão, criatividade, descanso emocional e fortalecimento da individualidade.
Por que confundimos as duas?
Porque do lado de fora, podem parecer iguais. Mas, por dentro, são experiências opostas. E isso depende de muitos fatores como:
Personalidade: Pessoas mais introspectivas e autossuficientes podem encontrar prazer na solitude, enquanto pessoas com forte necessidade de conexão social podem sofrer mais com o isolamento.
Estado emocional: Em momentos de tristeza, ansiedade ou baixa autoestima, a solidão pode parecer mais intensa. Já em fases de estabilidade emocional, estar só pode ser uma escolha bem-vinda.
Fase da vida: Um adolescente, por exemplo, pode vivenciar a solidão com mais intensidade, por estar descobrindo seu lugar no mundo. Já uma pessoa adulta pode buscar a solitude como forma de equilíbrio em meio às pressões diárias.
O que as pessoas pensam sobre estar só?
Vivemos numa cultura que valoriza a hiperconexão. Redes sociais, vida agitada, agenda cheia. Nesse contexto, quem busca momentos de solitude pode ser visto como "estranho", e quem admite se sentir só, como "fraco". Mas a verdade é que todos nós, em algum momento, passamos por ambas as experiências — e normalizar isso é um passo importante para o autocuidado.
Quando a solidão se torna um sinal de alerta?
A solidão merece atenção quando:
* Se torna constante e causa sofrimento.
* Vem acompanhada de sentimentos de rejeição, vazio ou desesperança.
* Leva ao isolamento social intenso e à perda de interesse por atividades.
* Afeta a autoestima e a saúde mental.
Nesses casos, buscar apoio psicológico pode fazer toda a diferença. A terapia pode ajudar a entender de onde vem esse vazio, fortalecer vínculos internos e externos, e construir caminhos para relações mais saudáveis — inclusive com você mesmo.
🔸 Reflexão: Estar só não é bom nem ruim em si. Tudo depende do contexto, da fase da vida e do significado que você dá a isso. Que tal começar a escutar o que o seu silêncio quer te dizer?
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