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    Autoconhecimento e Saúde Mental: Por que olhar para dentro é tão importante?

    Atualizado: 19 de jul.






    O autoconhecimento é a capacidade de compreender a si mesmo: entender o que nos motiva, o que mantém nossos comportamentos, o que nos afeta emocionalmente, o que nos incomoda ou nos dá prazer. Envolve também reconhecer como nos percebemos e quais são nossas características de personalidade, como ser mais extrovertido, simpático, tímido ou reservado.



    Cada pessoa vive essa experiência de forma única. No entanto, identificar esses aspectos internos exige prática de auto-observação. Isso pode ser difícil quando não somos incentivados a olhar para dentro de nós ou quando não entendemos a importância de fazer isso.







    Mas afinal, para que serve o autoconhecimento?



    Conhecer a si mesmo ajuda a lidar melhor com a vida. Ao entender quem somos, conseguimos identificar nossos limites, reconhecer o que nos faz mal, mudar o que precisa ser melhorado e buscar aquilo que nos faz bem. Essa prática também favorece a autorregulação emocional e fortalece a capacidade de tomar decisões mais conscientes.



    Desde a antiguidade, o ser humano se interessa por esse olhar interno. A conhecida frase “Conhece-te a ti mesmo”, originada na filosofia, continua atual e relevante.



    No entanto, muitas vezes só começamos esse processo quando enfrentamos crises – como o fim de um relacionamento ou uma perda significativa. Nessas situações, somos forçados a sair da zona de conforto e repensar quem somos. Embora comum, essa busca não deveria ocorrer apenas nos momentos difíceis. Como afirmam Martino e Marques (2020), o autoconhecimento precisa ser cultivado ao longo da vida, já que estamos em constante mudança. O que éramos há dez anos não é mais o que somos hoje – e provavelmente mudaremos ainda mais nos próximos anos.



    Quando nos conhecemos melhor, estamos mais preparados para enfrentar momentos difíceis, pois sabemos quais recursos internos podemos utilizar para nos reorganizar e superar os desafios.







    Olhar para dentro pode ser desconfortável, mas necessário



    Gimenez e Piaia (2017) destacam que, apesar dos avanços tecnológicos e materiais, muitas pessoas sentem-se vazias, desconectadas de si mesmas. Reconhecer quem somos é um desafio, pois envolve entrar em contato com partes que nem sempre gostamos de ver. O autoconhecimento é como olhar para um espelho interno que reflete não só qualidades, mas também limitações. É preciso coragem para lidar com esse reflexo.






    Autoconhecimento e saúde mental caminham juntos



    Quando não conseguimos lidar com situações difíceis e não sabemos como agir, isso pode gerar sofrimento, aumentando o estresse, a ansiedade e até levando a quadros mais graves de adoecimento mental. Por isso, conhecer a si mesmo também é uma forma de cuidar da saúde mental.



    Uma das ferramentas mais eficazes para promover o autoconhecimento é a psicoterapia. Ela tem como foco principal melhorar a saúde emocional, reduzir o sofrimento e, ao mesmo tempo, ajudar o indivíduo a compreender melhor a si mesmo.



    Nem sempre as pessoas procuram terapia com esse objetivo. Muitas vezes, buscam ajuda porque estão sofrendo, sem perceber que o autoconhecimento é uma parte essencial da melhora. Também é comum que não tenham tempo para refletir sobre si, ou sintam que outras prioridades são mais urgentes.






    A psicoterapia como caminho para se conhecer melhor



    Quem procura psicoterapia geralmente deseja aliviar o sofrimento. Raramente alguém inicia esse processo por se sentir plenamente bem. No entanto, a terapia vai além do alívio imediato: ela proporciona um espaço seguro de escuta, onde a pessoa pode explorar suas emoções, pensamentos, comportamentos e vivências.


    O diálogo com o terapeuta é mais do que uma simples conversa. Ao compartilhar sua história, o paciente revela como percebe o mundo, a si mesmo e os outros. Com base nisso, o terapeuta pode ajudar a identificar padrões e aspectos que precisam ser compreendidos ou transformados.



    Assim, o terapeuta atua como facilitador do crescimento pessoal. Auxilia o paciente a lidar com situações difíceis, como conflitos nos relacionamentos, dores emocionais não elaboradas, lutos, adoecimentos mentais e outros desafios que parecem impossíveis de enfrentar sozinho(a).






    Referências

    GIMENEZ, Charlise P. Colet; PIAIA, Thami Covatti. O tratamento dos novos conflitos da pós-modernidade pelo direito fraterno: crises, migrações e insurgências. Novos Estudos Jurídicos, v. 22, n. 1, p. 75-98, 2017.Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=Gimenez+e+Piaia+%282017&btnG=

    GROCHKA, Bianca Nossol. Relações na Pós-Modernidade – a ausência de autoconhecimento e a dificuldade de solucionar conflitos. Psicologia Argumento, v. 39, n. 106, p. 985-1004, 2021.Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/psicologiaargumento/article/view/28644/pdf

    MARTINO, L. M. S.; MARQUES, A. C. S. No caos da convivência: ideias práticas sobre a arte de lidar com os outros. Petrópolis, RJ: Vozes, 2020.

    Se quiser, posso também adaptar o texto para uma versão mais curta ou transformá-lo em postagens para redes sociais. Deseja isso?

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